Após ser insistente e afetuosamente chantageado
por mim para enviar-me seus poemas e sonetos, olhem só o que o Zé
Eduardo fez assim de uma hora para outra. A chantagem que usei foi dizer-lhe
que eu queria resgatar um caderno que vi nos guardados da minha querida
e saudosa irmã, Leonídia, no qual ela tinha selecionado
os seus poemas e sonetos preferidos, entre eles, vários do Zé
Eduardo.
POUR LÉONIDE
Meus versos encontraram meigo abrigo
em meio aos teus guardados, me disseram.
Assim, sem ter valia, eles souberam
que tudo é ouro, só de
estar contigo.
Estrofes retorcidas já não
eram,
o mau poeta escapa sem castigo...
E a transubstanciação hoje
bendigo,
que os santos corações
- o teu - operam.
Se tal favor lograram minhas rimas,
vivendo em teu caderno preferido,
a mais pedir-te, prima, tu me animas:
que possa eu um dia, imerecido,
dizer no Céu que somos almas primas,
e apaziguar o teu Jesus querido.
José Eduardo de Lima Pereira